sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Três dias que pareceram três meses

Foram 33 horas de viagem. 33 horas, cara. Levando em consideração que viajamos tanto tempo, muito pouca coisa deu errado. O voo noturno de SP a Atlanta foi o mais legal. Quando você não consegue dormir no voo, você se diverte muito mais. Tem uma infinidade de filmes, desde os lançamentos que ainda nem chegaram no cinema, até clássicos como Casablanca, pra assistir com fones. Tinha também muita música (imagina, até álbum do Death Cab dava pra ouvir), então eu fiz uma playlist gigante. Ao mesmo tempo dava pra acompanhar o voo em um mapa na tela e saber quais cidades a gente estava sobrevoando. Curti muito.

Chegando em Atlanta de manhã, perdemos o maior tempão na fila da imigração. E perdemos também o voo para Dallas. Foi uma grande confusão nessa hora, porque eu e a Natalia (uma menina de Nova Prata que está viajando comigo) decidimos pegar as malas do Fabio (o namorado dela, que está com a gente também) para agilizar enquanto ele ainda não tinha passado pela imigração. Por causa disso, recebemos vários xingamentos de uma policial braba que ficava repetindo bem alto YOU ARE NOT SUPPOSED TO TAKE ANYBODYS LUGGAGE. Digamos que o filminho que a gente assistiu no aeroporto, que mostrava o que a gente ia passar na imigração, com policiais sorridentes e calmos, não corresponde a realidade. Fomos colocados em outro voo depois disso e ok. Em Dallas a American Aerlines nos cobrou uma taxa absurda só por a gente estar viajando com malas (oi?).

Com o último voo chegamos a Joplin, no Missouri. Nós chegamos, as malas não. NICE JOB, American Aerlines, NICE JOB. Mas tudo bem, quando você pisa nos Estados Unidos depois de sonhar anos com isso, você não se importa muito com a bagagem perdida. Um motorista da universidade nos trouxe junto com uma finlandesa até Pittsburg, no Kansas. A paisagem do caminho foi surreal. É tudo muito, muito diferente.

A cidade é assim também. As casinhas são todas muito parecidas: pequenas, de madeira e algumas têm uma cerquinha também de madeira na frente, mas só por enfeite, nada por segurança. Todo mundo aqui costuma deixar as portas destrancadas e as bicicletas nos pátios, que nada acontece. Sair de noite na rua aqui não dá medo, como dá em Caxias ou em Porto Alegre. Uma cidade de 40 mil habitantes tem lá suas vantagens.

Enfim. Quando chegamos na casa onde eu vou morar (um lugar adorável com um carpete grosso, uma cadeira de balanço na sala e um balanço na varanda) tinha muitos intercambistas aqui. Gurias coreanas, uma russa, um americano e muitos brasileiros. O legal é que mesmo com brasileiros todo mundo só fala em inglês. O tempo todo. Naquela noite as nossas malas chegaram.

No dia seguinte, descobrimos que as ruas de Pittsburg são tão planas que todos os estudantes aqui andam de bici. Tem um cara muito legal chamado Don que aluga bicicletas por U$ 30 pelo semestre ou pelo ano todo. Quando você devolve a bici, ele devolve o dinheiro. Visitamos Don nessa sexta e passamos duas horas escolhendo bicis (eu, Natalia, Fabio, e mais três brasileiros: Fernando, Cláudia e Rodrigo). Foi muito divertido. Com essa distração perdemos o prazo para ir no escritório internacional onde tínhamos de fazer nossas carteirinhas de estudantes. Mas o que a gente pode fazer se está aproveitando todas as oportunidades que a cidade oferece? hahahaha Agora temos bici pra conhecer a cidade!

Fabio, Natalia, Fernando e eu com as novas bicis no Campus
Esse Don nos deixou levar tudo o que a gente quisesse de um porão dele. Eram eletrodomésticos e utensílios de cozinha, que ele doa pros alunos internacionais que vão ficar em casas. Escolhi uma panela e uma frigideira, que a casa não tinha, e canecas muito americanas, com a bandeira dos Estados Unidos.

Por enquanto, o que fizemos foi isso. O melhor de tudo está sendo falar inglês a toda hora. Vou te dizer, dois dias aqui valem mais do que um curso de inglês.

Ah, sim! Aqui são quatro horas mais cedo do que no Brasil. Mas eu tenho lido tudo o que todos têm me escrito no Facebook =)

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