terça-feira, 13 de novembro de 2012

Pittsburg, uma cidade de gente muito peculiar




    Para voces terem uma ideia do tamanho dessa cidade aqui vai um exemplo: as pessoas aqui    conhecem os bombeiros pelo nome. Tpo, ‘la vem o bombeiro Bob!’

Dito isso voces conseguem entender porque Pittsburg jah eh diferente de qualquer oura cidade que podemos ter conhecido.

Costumo conseguir otimos perfis aqui pro jornal, porque as pessoas sao, sem fazer esforco nenhum, exóticas.

Ha um tempo eu escrevi aqui sobre uma cabra chamada Emma. Tinha entrevistado o dono dela, Joe, para uma materia. O Joe, um cara super magrinho, com cara de desenho animado, veio pros Estados Unidos de um campo de refugiados da Austria quando era crianca. Aqui ele fez milhoes de coisas, entre elas, criar uma cabra. Por isso que eu acabei na casa dele ha uns meses atras. E daih que uma vizinha me disse que ele passava o dia em cassinos. Mas eu nao dei muita bola, e ele nao mencionou isso na entrevista, lógico.

Ha um mes o Joe apareceu na redacao pedindo por mim. Gelei, porque, juro, quando uma fonte me procura eh para me cagar por eu ter feito algo errado ou ter deixado alguem muito puto. Dai que me surpreendo quando o Joe me da um super abraco (totalmente estranho para mim ganhar abracos, porque americanos nao abracam nunca jamais) e diz que a Emma ta gravida. E que os bebes cabra vao nascer em janeiro.

Pouco incrivel essa historia?

Dai semana passada, estava num bar com uns amigos. Do nada chega uma velhinha, que nem andar nao andava mais. Estava naqueles carrinhos que eles usam aqui, uns carrinhos bizarros que fazem um baita barulho quando eles dao reh. Tipo uma cadeira de rodas, soh que com motor, sei la. Entao essa velhinha chega, vai ateh o bar e pede uma bebida. Como se nao bastasse acende um cigarro (juro que isso eh verdade).

Um pouco depois chega o Joe, que, claro, eh amigo dessa velhinha. Eu fui falar com ele e ele se lembrava ainda do meu nome, nao sei como. Ele me deu outro abraco (ainda nao estava preparada para isso). Junto com ele tinha chegado uma oura velhinha, de cabelo laranja, como oculos de cordinha e com um dente a menos, mas muito simpática.

Converso um minuto com o Joe e ele tira de dentro da camisa (juro) uma foto super grande e me mostra. Voces acham que eh a cabra neh? Nao. Eh uma foto dele, extremamente sorridente, com um cheque gigante escrito $ 8 mil dólares.

_ Joe, tu ganhou 8 mil dólares no cassino?
    Sim!!!

E nisso, a velhinha de cabelo laranja me estende a mao e me mostra o anel de noivado que o Joe comprou para ela com parte do dinheiro.


Joe, voces ficaram noivos?!
Sim, e a gente vai ir para Vegas!


Eu nao sei se ri mais da noiva dele, da foto do cheque que ele carrega dentro da camiseta ou da outra velhinha de 90 anos do lado deles celebrando o noivado dos amigos bebendo e fumando. Soh acontece em Pittsburg isso, gente.


Sei que do nada ele abre a carteira (cheia de grana) e me da 20 dolares. Eu devolvi e disse que nao precisava, lógico, que era para ele ficar com o diheiro, e ele ‘naaaaaaaaaaaaaaaoooo, compra bebidas para todos os teus amigos hoje, eu tenho muito mais’

Fim da historia que comprei umas 10 bebidas (porque era uma noite que se bebe a $1 aquí) e com o resto ainda comprei Subway para mim e para mina roommate jantarmos. 

E o Joe saiu do bar de mao dadas com a noiva, nao sem antes me dar um outro abraco.

2 comentários:

  1. ...MUito legal, prometo que vou começar a ler teu blog, tá...Beijos do Tio André....

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  2. obrigada! acho que deveria ler mesmo, ja escrevo ha um ano!

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