Meu emprego de verao, como
garconete, me proporcionou muitos momentos de reflexao. Enquanto eu organizava
pratos e talheres nas mesas e enchia e distribuia dezenas de jarras de agua e
ice tea nas mesas durante eventos eu tive tempo pra pensar em muita coisa.
Inclusive pra pensar que eu nao tinha estudado cinco anos de jornalismo na UCS
e um semestre nos Estados Unidos pra fazer isso.
Dai eu estava voltando justamente
de um desses eventos semana passada quando passei pelo meu editor e parei pra
conversar com ele. Dizem que as melhores noticias vem quando voce nao esta
esperando e foi assim que aconteceu. Ele perguntou se eu ia ficar nos Estados
Unidos ateh dezembro, eu disse que sim. Dai ele perguntou o que eu achava de
virar managing editor (que eh editor assistente) ateh dezembro! Eu nao
precisaria mais escrever tantas materias, e o meu trabalho ia ser decidir as
pautas do jornal junto com ele e ajudar no fechamento. E o pagamento seria
muito melhor.
Disse sim na hora neh, logico. Quando
na vida que eu, Valquirinha, ja fui editora?! Quando contei pra minha mae ela
ficou super empolgada com o fato de eles deixarem uma brasileira ser editora
num jornal americano. E eu nao tinha pensado nisso.. foi bem legal da parte dele,
nao?
Essa foi a prova que trabalho duro
vale a pena. Ralei muito no verao 40 graus aqui, e nas reunioes de pauta era
soh eu, o editor e o editor de fotografia. Eu pegava praticamente todas as
materias. Sem exageros..Todos os outros reporteres foram pras suas casas nas
suas cidades nas ferias, soh eu mesmo tinha ficado aqui. Quando acabou o verao
eles me deram um bonus de $50 pelo meu esforco e eu ja tinha ficado ultra
emocionada pelo reconhecimento. E pra comemorar peguei esses $50 e comprei um tenis tri bom pra correr hahaha Dai quando disseram que eu estava preparada pra
ser editora eu quase nao acreditei. Eu ria sozinha pelo campus, serio.
Eu ainda posso escrever materias,
mas nao preciso mais me matar que nem fazia antes. Como reporter eu recebia $30
por materia, entao eu fazia 3 ou 4 por semana. Agora eu posso
fazer menos materias, que meu salario vai ser fixo toda semana (aqui nos EUA se
recebe por semana, nao por mes).
Mas eu estou ficando muito mais tempo no
jornal do que ficava antes. Como reporter eu podia soh escrever de casa, de pijama
e enviar as materias por email. Agora eu tenho reuniao segundas, pra decidir as
pautas do proximo jornal junto com o editor chefe, e terca com todos os outros editores
pra ver que materias vao na capa e etc. Nas quartas a noite acabou a farra
(porque eu comecava a sair pros bares nas quartas-feiras), e eu vou estar
sempre ajudando no fechamento ateh de madrugada, porque o jornal sai na quinta.
Com esse emprego de editora e mais o de reporter no Yearbook que eles tem (um livro LINDO que eles publicam todo fim de ano com tudo o que aconteceu na universidade) eu vou largar o emprego de garconete (que pena, agora que eu tava ficando boa, not).
To muito feliz com isso tudo, antes
de eu chegar aqui em Pittsburg tudo o que eu sonhava era conseguir escrever materias pra
esse jornal, que eu ja conhecia pelo site. Uma semana depois que eu cheguei, em janeiro, eu estava sentada na reuniao de pauta sem nem saber falar ingles direito. E sete meses depois eu to ajudando a decidir
como fazer esse jornal, e isso eh muito legal. Valeu muito a pena o meu esforco e o dos meus pais pra eu ficar aqui mais um semestre. “Quando tudo nos parece dar errado, acontecem coisas boas
que nao teriam acontecido se tudo tivesse dado certo,” li essa frase essa semana e achei muito adequada.
Esta cada vez mais dificil pensar
em ir embora daqui a quatro meses..
I told you ;)
ResponderExcluir... imagina que chato se tudo que tu viveu tivesse sido conforme o planejado?
tudo dá certo no final das contas (às vezes melhor do que se pode imaginar)